O dia em que o meu corpo começou a ficar desastrado
Em miúda era uma desastrada, era tão rápida que levava tudo à minha frente! Ouvi tantos “ralhetes” do meu pai e tantos gritos por deixar cair e partir coisas que fui aprendendo a controlar-me. Custou-me muito controlar os meus movimentos e a tornar-me graciosa” mas consegui. Deixei para trás a alcunha de “pata assassina” e tornei-me uma “lady”, sempre com um ritmo muito acelerado, mas uma “lady”.
Há dois nos para cá o “Karma” voltou, mas desta vez “forte e feio”, porque os meus ossos já não são o que eram e as quedas deixam marcas que custam a passar.
Há 3 meses atrás passei por um período muito desconcertante de vertigens constantes, em que perdia mesmo a noção do espaço e o equilíbrio, tendo inclusive que “andar aos apalpões pela casa” . Foi dramático! fiz exames e análises e não deu nada, o meu corpo estava todo em “ordem” e na verdade as vertigens, tal como apareceram, desapareceram.
Depois desta “nuvem negra” ter desaparecido do meu céu, renasci! Voltei a ser a “rapariga cheia de genica” de sempre, mas o meu cérebro começou a ser mais rápido do que os meus membros locomotores e comecei a ficar célebre pelos meus “voos rasantes”. Então descobri que tinha em casa uma verdadeira armadilha, a porta que dá para a piscina tem 3 degraus e inevitavelmente quando os descia caía. Mas cada queda mais espalhafatosa do que a anterior!
Batia sempre com o mesmo joelho no chão e com a cabeça na porta. Cheguei a ter uma nódoa negra permanente no joelho e na testa. O meu marido achou que aquele recanto da casa tinha pouca luz e portanto era esse o motivo das minhas quedas. A porta foi trocada por outra com vidro que permite passar a luz e de facto já lá não caí mais!
Não caí mais naquelas escadas, mas em contrapartida mandei o “maior malho” da minha vida “ nas outras escadas, as que vão da sala para a cozinha. Também são só 4 degraus: Estava eu a dormir uma soneca na sala quando ouvi uma campainha que me pareceu do fogão, levantei-me a correr, “voei pelos degraus e estatelei-me ao comprido, parti um vaso enorme de barro com a cabeça! Só disse ui! Muito baixinho, mas a minha filha e o meu marido vieram ver o que se passava e depararam comigo, estendida no chão, qual urso polar, a tentar decidir se havia de chorar ou rir!
Os dedos são outro drama! Passo a vida a entalar-me nas portadas, em 5 vezes que lhes toco, 3 delas entalo um dedo! Mesmo quando penso que tenho que ir com cuidado, à ultima da hora estou a pensar noutra coisa esqueço-me e lá vai mais um “entalão”. Eu já tenho os dedos muito tortos e inflamados por causa da artrite e com todos estes entalões além de tortos ficam frequentemente negros. Estou a uma “unha negra” de criar uma nova moda de luvas porque tenho as mãos num estado miserável.
Resumindo e concluindo, dói-me a testa, dói-me os joelhos, dói-me as mãos e os dedos, embora não possa atribuir estas minhas mazelas a problemas da idade é por causa da idade que as tenho! E já vão saber porquê noutro artigo.